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Lição 5 Deus luta por vocês

25 A 31 DE OUTUBRO
4º Trimestre 2025
Lição 5 - Deus luta por vocês | 4º Trimestre 2025
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Verso para Memorizar “ E, de uma vez, tomou Josué todos estes reis e as suas terras, porquanto o Senhor, Deus de Israel, pelejava por Israel” (Js 10:42 , ARA).
SÁBADO SÁBADO À TARDE
RPSP: JS 5

Introdução

O livro de Josué contém algumas cenas que podem parecer perturbadoras. Algumas pessoas questionam o conceito de uma guerra divina ou santa, segundo o qual um grupo de pessoas recebeu de Deus a ordem para destruir outro grupo de pessoas.

A questão da guerra divina no AT é desafiadora. Deus é descrito no AT como o Senhor Soberano do Universo; portanto, tudo o que acontece deve, de alguma forma, estar relacionado à Sua vontade direta ou indireta. Diante disso, é inevitável perguntar: “Como Deus poderia permitir essas coisas?” Na semana passada, vimos que o próprio Deus está envolvido em um conflito que é muito maior do que qualquer guerra ou batalha travada na história humana, uma batalha que permeia todos os aspectos de nossa vida. Vimos também que os eventos da história bíblica e secular podem ser compreendidos plenamente apenas à luz desse conflito.

Nesta semana, continuaremos a explorar a complexidade das guerras ordenadas por Deus, bem como as limitações e condições da guerra divina, a visão da paz eterna oferecida pelos profetas do AT e a relevância espiritual dessas guerras.
Leituras da Semana
Gn 15:16; Lv 18:24-30; 2Tm 4:1, 8; Êx 23:28-30; Dt 20:10, 15-18; Is 9:6
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DOMINGO 26 DE OUTUBRO
RPSP: JS 6

A iniquidade dos cananeus

1. Leia Gênesis 15:16; Levítico 18:24-30; Deuteronômio 18:9-14; Esdras 9:11. O que esses textos nos dizem sobre o plano maior de Deus em oferecer a terra de Canaã aos israelitas?

Precisamos ir além do livro de Josué para entender quão grave era a iniquidade das nações que habitavam Canaã. Podemos encontrar indícios no fato de que essas práticas abomináveis incluíam sacrifícios de crianças, adivinhação, feitiçaria, necromancia e espiritualismo (Dt 18:9-12).

A descoberta dos antigos textos ugaríticos (da cidade de Ras Shamra) trouxe mais informações sobre a religião e a sociedade cananita. Esses registros mostram que a condenação dessa cultura não era apenas compreensível, mas – pelos padrões morais do AT – totalmente justificada.

A religião cananita se baseava na crença de que os fenômenos naturais, que garantiam a fertilidade, eram controlados pelas relações sexuais entre deuses e deusas. Assim, eles entendiam a atividade sexual das divindades em termos de seu próprio comportamento sexual, e seus rituais religiosos envolviam práticas sexuais que tinham o objetivo de incitar os deuses e deusas a fazer o mesmo. Esse conceito deu origem à chamada prostituição “sagrada”, na qual homens e mulheres se envolviam em ritos de orgias – tudo isso como parte de suas práticas religiosas!

Uma nação jamais alcançará níveis morais mais altos do que os dos deuses que adora. Como resultado dessa compreensão de suas divindades, não é de admirar que as práticas religiosas dos cananeus incluíssem sacrifícios de crianças, contra os quais a Bíblia faz advertências específicas.

As evidências arqueológicas confirmam que os habitantes de Canaã ofereciam regularmente seus primogênitos em sacrifício aos deuses (na ver-dade, demônios) a quem adoravam. Pequenos esqueletos infantis esmagados encontrados em grandes jarros com inscrições de votos testemunham da religião degradante dos cananeus e do que isso significava para muitos de seus filhos.

A eliminação dos cananeus, portanto, não foi uma decisão repentina tomada por Deus no momento em que estava prestes a dar a terra de Canaã aos israelitas. Na verdade, os habitantes de Canaã receberam um longo tempo de graça, durante o qual tiveram a oportunidade de conhecer a Deus e Seu caráter por meio do testemunho dos patriarcas que viveram entre eles. Os cananeus tiveram todas as oportunidades, mas obviamente as desperdiçaram, e continuaram em suas práticas abomináveis até que o Senhor precisou pôr fim a elas.
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SEGUNDA-FEIRA 27 DE OUTUBRO
RPSP: JS 7

O Juiz supremo

2. Leia Gênesis 18:25; Salmo 7:11; 50:6; 82:1; 96:10; 2 Timóteo 4:1, 8. O que esses versos dizem sobre o caráter moral de Deus? De que forma Seu papel como Juiz do Universo nos ajuda a entender a questão da guerra divina?

A santidade do caráter de Deus significa que Ele não tolera o pecado. Ele é paciente, mas o pecado deve receber seu salário final, que é a morte (Rm 6:23). Yahweh declarou guerra contra o pecado, independentemente de onde ele fosse encontrado, quer entre os cananeus ou no meio dos israelitas. Israel não foi santificado por participar de guerras santas, assim como outras nações não foram (Dt 9:4, 5; 12:29, 30), mesmo quando elas se tornaram o meio do juízo de Yahweh contra Sua nação escolhida. Diferentemente de outros povos do Antigo Oriente Próximo, os israelitas experimentaram a reversão da guerra santa, quando Deus não mais lutou por eles, mas contra eles, permitindo que seus inimigos os oprimissem (ver Js 7).

Todo o conceito de guerra santa pode ser compreendido apenas se for visto à luz da atuação de Deus como Juiz. Sob essa perspectiva, as guerras de conquista de Israel assumem um caráter completamente diferente. Em contraste com as guerras imperialistas de engrandecimento próprio, tão comuns no mundo antigo (e em nosso mundo atual), as guerras de Israel não tinham o objetivo de alcançar glória para o povo, mas de estabelecer a justiça e a paz de Deus dentro daquele território. Portanto, no âmago do conceito de guerra santa está a ideia do governo e da soberania de Deus, que estão em jogo na figura do Senhor como Guerreiro, assim como de Rei ou de Juiz.

Dizer que Yahweh é Guerreiro significa que, como Juiz, Ele está com-prometido em implementar, promover e manter o governo da lei, que é o reflexo de Seu caráter. A imagem de Deus como Guerreiro, semelhante à de Juiz e Rei, ensina que Yahweh não tolerará para sempre a rebelião contra Sua ordem estabelecida. Portanto, podemos dizer que o objetivo da atuação de Yahweh nunca é a guerra em si, ou mesmo a vitória em si, mas o restabelecimento da justiça e da paz. Em última análise, julgar e fazer guerra (ou promover a justiça) são a mesma coisa se Deus for o sujeito dessa ação.

Reflita no fato de que Deus é um justo Juiz, que não pode ser subornado nem influenciado pela parcialidade. Como a verdade de um Deus que não tolerará para sempre o pecado, a opressão, o sofrimento dos inocentes e a exploração dos oprimidos é parte integrante do evangelho?
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TERÇA-FEIRA 28 DE OUTUBRO
RPSP: JS 8

Desapropriação ou aniquilação?

3. Leia Êxodo 23:28-30; 33:2; 34:11; Números 33:52; Deuteronômio 7:20. Compare esses textos com Êxodo 34:13; Deuteronômio 7:5; 9:3; 12:2, 3; 31:3, 4. O que essas passagens revelam sobre o propósito da conquista de Canaã e a extensão da destruição?

O propósito original de Deus para os cananeus não era aniquilá-los, mas, em vez disso, desapropriá-los do território. Quando examinamos as passagens que descrevem a maneira como Israel teve que se envolver nas batalhas da conquista, vemos que elas utilizam termos que descrevem a desapropriação, expulsão e dispersão dos habitantes da Terra Prometida. Por outro lado, os textos que ordenam que Israel deveria destruir algo se referem especialmente a objetos inanimados, como artigos de adoração pagã e objetos dedicados à destruição. Evidentemente, os locais de adoração pagã e os altares constituíam os principais centros da religião cananita.

A guerra santa se dirigia principalmente à cultura e à sociedade corruptas de Canaã. Para evitar a contaminação, Israel teve que destruir todos os elementos que estavam propagando a corrupção. No entanto, todos os habitantes de Canaã e aqueles que, individualmente, reconheceram a soberania de Deus antes ou mesmo durante a conquista de Canaã, puderam ser salvos por meio da imigração (Js 2:9-14; compare com Jz 1:24-26). A única parte da população cananeia condenada à destruição consistia naqueles que se retiraram para as cidades fortificadas, continuaram a se rebelar de maneira obstinada contra o plano de Deus para os israelitas e endureceram o coração (Js 11:19, 20).

No entanto, isso levanta uma questão: Se o propósito inicial da conquista de Canaã era expulsar os habitantes do território e não aniquilá-los, por que os israelitas tiveram que matar tantas pessoas?

Quando analisamos os textos bíblicos relacionados à conquista de Canaã, observamos que a intenção original da conquista era dispersar a população cananeia. Entretanto, os cananeus, assim como o rei do Egito, endureceram o coração e se apegaram à cultura a tal ponto que eliminar sua cultura significava que eles também deveriam ser destruídos.

Quais elementos de seu caráter e de seus hábitos precisam ser eliminados?
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QUARTA-FEIRA 29 DE OUTUBRO
RPSP: JS 9

Livre-arbítrio

4. Leia Deuteronômio 20:10, 15-18; 13:12-18; Josué 10:40. Como a lei sobre a guerra e os procedimentos contra cidades idólatras em Israel, apresentados em Deuteronômio, nos ajudam a entender os limites da destruição na guerra em que os israelitas estavam envolvidos?

O texto hebraico usa um termo para descrever a destruição de pessoas na guerra: ??rem. Essa palavra se refere ao que é “condenado”, “amaldiçoado” ou “entregue à destruição”. Ela se refere a colocar pessoas, animais ou objetos inanimados, de maneira completa e irrevogável, dentro do domínio exclusivo de Deus, o que na guerra envolvia, na maioria dos casos, sua destruição. Precisamos entender o conceito e a prática do ??rem como a eliminação de um povo, no contexto de guerra, à luz do conflito de Yahweh com as forças do mal, onde Seu caráter e reputação estão em jogo.

Desde o surgimento do pecado no mundo, não há neutralidade: ou esta-mos do lado de Deus ou contra Ele. Um lado leva à vida eterna e o outro à morte eterna.

A prática da destruição total (??rem) descreve o justo juízo de Deus contra o pecado e o mal. O Senhor delegou a execução de parte de Seu juízo à Sua nação escolhida, o antigo Israel. A entrega à destruição estava sob Seu rígido controle teocrático, limitada a certo período da história (a conquista de Canaã) e a uma área geográfica definida (a antiga Canaã). As pessoas entregues à destruição foram aquelas que se rebelaram contra os propósitos de Deus e os desafiaram, rejeitando todo arrependimento. Portanto, a decisão de Deus de destruí-los não foi arbitrária nem nacionalista.

Além disso, Israel poderia esperar o mesmo destino se decidisse ado-tar o mesmo estilo de vida dos cananeus (ver Dt 13). À primeira vista, pode-ria parecer que cada lado da guerra divina tinha seu futuro pré-definido (os israelitas herdariam o território e os cananeus seriam destruídos). No entanto, havia a possibilidade de ir de um lado para o outro, como veremos nos casos de Raabe, Acã e os gibeonitas.

Portanto, as pessoas não eram arbitrariamente protegidas ou destruí-das. Aqueles que se beneficiavam do relacionamento com Yahweh podiam perder essa condição privilegiada caso se rebelassem, e aqueles que seriam entregues à destruição podiam se submeter à autoridade de Yahweh e viver.

Que lições tiramos do desafio dos cananeus a Deus? Como nossas escolhas hoje impactam nossa vida?
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QUINTA-FEIRA 30 DE OUTUBRO
RPSP: JS 10

O Príncipe da paz

5. Como os textos seguintes descrevem o futuro que Deus havia planejado para Seu povo? Is 9:6; 11:1-5; 60:17; Os 2:18; Mq 4:3

Embora o foco principal da lição desta semana sejam as guerras do AT ordenadas e conduzidas por Deus, precisamos mencionar a presença de outro tema igualmente significativo dos escritos proféticos do AT: o futuro de paz na era messiânica. O Messias é descrito como o “Príncipe da Paz” (Is 9:6). Ele irá inaugurar um reino dominado pela paz, onde o leão e o cordeiro pastarão juntos (Is 11:1-8), no qual não haverá “mal nem dano” (Is 11:9), e onde a paz reinará (Is 60:17) e fluirá “como um rio” (Is 66:12).

6. Leia 2 Reis 6:16-23. O que essa história revela sobre os propósitos mais profundos de Deus para Seu povo e a humanidade?

Considere a história do exército sírio sendo alimentado por iniciativa de Eliseu. Em vez de matá-los (2Rs 6:22), ele lhes mostrou o ideal supremo, a paz, que sempre foi o desejo de Deus para Seu povo. É interessante observar que Eliseu estava totalmente ciente da superioridade do exército invisível que cercava o inimigo (2Rs 6:16, 17). Por mais que Deus esteja envolvido em um conflito cósmico que também afetou nosso planeta, o objetivo final da redenção não é um conflito perpétuo ou mesmo colocar o inimigo em um estado eterno de sujeição e servidão, mas, em vez disso, obter a paz eterna. Assim como violência gera violência (Mt 26:52), paz gera paz. A história conclui com estas palavras: “Assim, as tropas de Arã param de invadir o território de Israel” (2Rs 6:23, NVI).

De que maneiras, ao imitar Jesus, você pode ser um agente de paz nos conflitos que enfrenta hoje?
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SEXTA-FEIRA 31 DE OUTUBRO
RPSP: JS 11

Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 428-430 (“As muralhas de Jericó”).

Como tudo na Bíblia, é essencial conhecer o contexto e o pano de fundo. Como vimos, o conflito cósmico e o tema de Deus como Juiz são cruciais para entender as guerras contra os cananeus.

“Deus é tardio para Se irar. O Senhor deu às nações ímpias um tempo de graça para que pudessem se familiarizar com Ele e com Seu caráter. A condenação delas foi de acordo com a luz dada, pelo fato de haverem recusado receber essa luz e por terem escolhido seguir seus próprios caminhos em vez de os de Deus. O Senhor deu a razão pela qual não desapossou imediatamente os cananeus: é que a medida da iniquidade dos amorreus ainda não havia se enchido. Através de sua iniquidade, eles estavam gradualmente chegando ao ponto em que a longanimidade de Deus não mais poderia ser exercida [...]. Até que esse ponto fosse alcançado e a medida da iniquidade deles estivesse completa, a vingança de Deus seria adiada. Todas as nações tiveram um período de oportunidade. Aquelas que invalidaram a lei de Deus avançariam de um estágio de impiedade para outro. Os filhos herdariam o espírito rebelde dos pais e fariam pior do que eles haviam feito, até que a ira de Deus caísse sobre eles. A punição não foi menor por ter sido adiada” (Comentários de Ellen G. White, Comentário Bíblico Adventista, v. 2, p. 1110).

Perguntas para consideração

1. Deus é nosso Juiz pessoal, bem como o Juiz supremo do Universo. O que isso significa? O fato de Deus ser o Juiz é fundamental para o evangelho e para nossa salvação?

2. A história dos cananeus nos ajuda a compreender a paciência e a justiça de Deus? Como refletir o caráter de Deus na maneira de lidar com os outros?

3. Por que Deus respeita nossa liberdade de escolha? E qual é a relação entre amor e livre-arbítrio?

4. Embora o AT contenha histórias de guerra, ele prevê um futuro de paz. Qual é o papel dos cristãos na promoção da paz?

Respostas às perguntas da semana: 1. Deus entregou Canaã a Israel após séculos de paciência, pois os cananeus haviam enchido a terra de pecados: idolatria, sacrifícios humanos e feitiçaria. A conquista foi um julgamento divino, não mero expansionismo. 2. Deus é justo, julga com retidão e governa como Juiz supremo. Suas guerras não são arbitrárias, mas justiça contra o mal. 3. A conquista tinha dois propósitos: expulsar os cananeus gradualmente para evitar o caos; destruir a idolatria, pois ela corromperia Israel. 4. Deus limitou a destruição: cidades distantes poderiam fazer paz; cidades cananeias e idólatras eram julgadas totalmente para evitar contaminação espiritual da terra. 5. O plano final de Deus era estabelecer um reino de paz, governado pelo Messias, sem guerra, onde a justiça reinaria. 6. Deus protege Seu povo, mas Seu maior propósito é revelar Seu poder e misericórdia – até para com os inimigos. A guerra não era o fim; a redenção era o alvo.
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