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Lição 3 Memoriais da graça

11 A 17 DE OUTUBRO
4º Trimestre 2025
Lição 3 - Memoriais da graça | 4º Trimestre 2025
Material de Apoio ao Professor
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Verso para Memorizar “O Senhor, o seu Deus, fez secar as águas do Jordão diante de vocês, até que vocês tivessem passado, como o Senhor, o seu Deus, fez com o Mar Vermelho, que Ele secou diante de nós, até que tivéssemos passado. Para que todos os povos da terra saibam que a mão do Senhor é forte, a fi m de que vocês temam o Senhor, seu Deus, todos os dias” (Js 4:23, 24).
SÁBADO SÁBADO À TARDE
RPSP: DT 25

Introdução

O policial sinalizou, e João teve que encostar. O policial pediu sua carteira de motorista. Naquele momento, ele percebeu que a havia deixado no escritório. João explicou a situação, e o policial perguntou em que ele trabalhava. Ele disse que era professor. Quando o policial aplicou uma multa a João, disse que ele não deveria encarar isso como uma multa.

“É uma mensalidade”, ele disse. “Quando as pessoas querem aprender alguma coisa, elas pagam uma mensalidade. E esta é sua mensalidade para aprender a não esquecer sua carteira ao dirigir. Tenha um bom dia, professor!”

Como seres humanos, temos a tendência de esquecer aquilo que não está à nossa vista. Esquecemos de retornar ligações, responder e-mails, regar plantas, enviar mensagens de aniversário e assim por diante. A lista poderia continuar. No entanto, esquecer de nossas necessidades espirituais pode ter consequências bem mais graves do que simplesmente receber uma multa, especialmente porque estamos lidando com o nosso destino eterno.

Nesta semana, vamos estudar sobre a travessia do Jordão e descobrir o que podemos aprender com as experiências do povo de Israel.
Leituras da Semana
Js 3; Nm 14:44; Lc 18:18-27; Js 4; Jo 14:26; Hb 4:8-11
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DOMINGO 12 DE OUTUBRO
RPSP: DT 26

Cruzando o Jordão

1. Leia Josué 3:1-5; Números 14:41-44. Por que Deus pediu aos israelitas que se pre-parassem de forma especial para o que estava prestes a acontecer?

Esta é a primeira vez que a arca da aliança é mencionada no livro de Josué (Js 3:3). Até então, a arca havia aparecido no contexto do santuário (Êx 40:21), na jornada de Israel do monte Sinai (Nm 10:33-36) e na tentativa malsucedida de conquistar Canaã (Nm 14:44). A arca era o objeto mais sagrado do santuário israelita e continha três objetos, cada um expressando o relacionamento especial de Israel com Deus: (1) as tábuas dos Dez Mandamentos; (2) a vara do sumo sacerdote Arão; e (3) uma urna contendo o maná (Êx 16:33; Hb 9:4).

A arca e os preparativos para atravessar o Jordão lembraram aos israelitas de que eles não estavam entrando em Canaã da maneira e no tempo que desejavam. A conquista seria bem-sucedida apenas caso seguissem a vontade e o cronograma de Deus. O Senhor entraria em Canaã à frente dos israelitas como Aquele que iria liderar a conquista. Por isso, Ele é descrito como entronizado acima dos querubins que cobriam a arca da aliança (Êx 25:22; Nm 7:89), e Ele Se moveria à medida que a arca avançasse.

O termo traduzido como “santifiquem-se” (Js 3:5) se refere a um pro-cesso de purificação semelhante ao que os sacerdotes seguiam antes de começar seu serviço no santuário (Êx 28:41; 29:1) e ao que o povo de Israel realizou antes da revelação de Deus no Sinai (Êx 19:10, 14). Essa consa-gração envolvia abandonar o pecado e remover todas as impurezas rituais. A mesma ordem ocorre em Números 11:18, relacionado a um iminente mila-gre de Deus. Essa preparação era necessária também antes de batalhas tra-vadas em uma guerra (Dt 23:14). Antes que Deus pudesse lutar por Israel em batalha, eles deveriam mostrar sua lealdade a Ele e confiar Nele como seu Comandante.

O milagre da travessia do Jordão iria provar aos israelitas que a promessa do Senhor de expulsar os povos da Terra Prometida era digna de confiança. Se Deus era capaz de garantir a passagem seca pelo Jordão, também pode-ria conceder-lhes aquele território.

Deus nem sempre abre o rio Jordão. Suas intervenções nem sempre são tão visíveis. Como podemos nos preparar espiritualmente para perceber e reconhecer as formas de Deus agir em nosso favor?
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SEGUNDA-FEIRA 13 DE OUTUBRO
RPSP: DT 27

O Deus das maravilhas

2. Leia Josué 3:6-17. O que a travessia milagrosa do Jordão nos diz sobre o Deus a quem servimos?

A travessia do rio Jordão é descrita em Josué 3:5 pela palavra hebraica niphla’ot (“maravilhas, milagres”), que geralmente se refere aos atos poderosos e sobrenaturais de Deus e que mostram que Ele está acima de todas as criaturas (Sl 72:18; 86:10). Mais tarde, os israelitas meditavam sobre esses atos e, como resultado, louvavam o Senhor (Sl 9:1) e O proclamavam entre as nações (Sl 96:3). Algumas dessas maravilhas foram as pragas do Egito (Êx 3:20; Mq 7:15), a travessia do Mar Vermelho e a direção de Deus no deserto (Sl 78:12-16).

Os autores bíblicos sabiam e testemunharam o fato de que o Deus que criou o mundo não é limitado por Sua criação. Para Ele, “nada é demasiadamente difícil” (Jr 32:17; literalmente, “nada é maravilhoso demais”). Seu nome e Sua natureza são maravilhosos (Jz 13:18), pois Ele está além de nossa compreensão.

Em contraste com os deuses das outras nações, que não podem salvar (Sl 96:5; Is 44:8), o Deus da Bíblia é um “Deus vivo” e ativo, e aqueles que O seguem podem confiar que Ele intervirá em seu favor.

O profeta Zacarias usou um termo semelhante (que vem da mesma raiz de niphla’ot) ao prever um futuro para Israel após o exílio babilônico. Ele viu que Jerusalém seria totalmente reconstruída, idosos se sentariam nas praças da cidade, e meninos e meninas brincariam lá. Zacarias declarou aos habitantes da capital, aparentemente incrédulos, já que a cidade ainda exibia os sinais de sua destruição: “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Isso pode parecer impossível aos olhos do remanescente deste povo naqueles dias, mas não será impossível para Mim, diz o Senhor dos Exércitos. Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis que salvarei o Meu povo, tirando-o da terra do Oriente e da terra do Ocidente. Eu os trarei, e habitarão em Jerusalém” (Zc 8:6-8).

Leia Lucas 18:18-27. Como a resposta de Jesus aos Seus discípulos o encoraja a confiar em Deus diante do que parece impossível?
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TERÇA-FEIRA 14 DE OUTUBRO
RPSP: DT 28

Lembre-se

3. Leia Josué 4. Por que Deus pediu aos israelitas que construíssem um memorial?

O propósito daquelas pedras era se tornarem um “sinal” (Js 4:6). O termo hebraico ’ot é frequentemente associado à palavra “maravilha”, e pode se referir a atos miraculosos feitos por Deus (veja o estudo de ontem), como as pragas do Egito (Êx 7:3; Dt 4:34). Também pode se referir a um “símbolo”, como um sinal externo de uma realidade mais profunda ou transcendente. Por exemplo, o arco-íris é um “sinal” da aliança (Gn 9:12, 13); o sangue nos batentes e nas vergas das casas israelitas também é chamado de “sinal” (Êx 12:13); e mais significativamente o sábado é um “sinal” da criação e da presença santificadora de Deus (Êx 31:13, 17; Ez 20:12).

Em Josué 4, o sinal é um memorial, lembrando cada geração posterior do milagre da travessia. O termo traduzido como “memorial” (zikkaron) vem da palavra zakar, “lembrar”, que indica mais do que um ato passivo de recordar algo. Significa lembrar-se e praticar a ação correspondente (Dt 5:15; 8:2). Na época do AT, era comum criar memoriais de pedra (Gn 28:18-22) e realizar rituais que despertavam perguntas (Êx 12:26, 27; Dt 6:20-25). Em vez de repetir os milagres, Deus estabeleceu monumentos que trariam à memória Seus grandes atos e desencadeariam respostas significativas. O sinal estaria lá por muito tempo, levando o povo a manter esse milagre do Senhor em sua memória coletiva para sempre.

A pergunta que seria feita pelas gerações futuras é bastante significativa, porque é formulada de forma pessoal: “O que significam estas pedras para vocês?” (Js 4:6). Cada nova geração deveria internalizar e entender o significado dessas pedras para si mesma pessoalmente. A fé em um Deus que faz milagres pode ser mantida viva somente se cada geração redescobrir o significado dos atos poderosos de Yahweh para si mesma. Esse tipo de fé fará uma grande diferença entre (1) viver fielmente as tradições fundamentadas na Bíblia e (2) o tradicionalismo, que é a religião morta da geração viva, sem o seu valor e fervor originais. No fim, precisamos desenvolver pessoalmente uma fé alicerçada na Bíblia. Ninguém, especialmente nossos antepassados, pode crer por nós.

Quais são alguns dos seus memoriais pessoais que marcam sua caminhada com o Senhor e o ajudam a lembrar-se do que Ele fez por você?
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QUARTA-FEIRA 15 DE OUTUBRO
RPSP: DT 29

Esquecimento

4. Leia Josué 4:20-24 à luz dos seguintes textos: Juízes 3:7; 8:34; Salmo 78:11; Deuteronômio 8:2, 18; Salmo 45:17. Por que é tão importante lembrar os feitos poderosos do Senhor?

Observe a mudança em Josué 4:23. Segundo Josué, as águas do Jordão secaram diante de “vocês”, isto é, diante de todos os israelitas que haviam acabado de cruzar o rio. Por outro lado, ele diz que o Mar Vermelho secou diante de “nós”, aqueles que ainda estavam presentes desde a primeira geração e que tinham vivenciado o êxodo. Os dois eventos vividos por duas gerações diferentes tinham um significado semelhante, o que permitiu à segunda geração, por meio do testemunho de seus pais, redescobrir o mesmo significado da travessia do Jordão.

Geralmente, consideramos o esquecimento uma característica normal de todos os seres humanos. No entanto, esquecer-se no sentido espiritual pode levar a consequências sérias.

Mesmo hoje, se quisermos manter nossa identidade, como um povo que possui um chamado e missão peculiares, teremos que criar ocasiões para renovar nossa memória espiritual individual e coletiva, a fim de manter em foco de onde viemos, quem somos e qual é nosso propósito neste mundo.

5. Leia 1 Coríntios 11:24, 25; João 14:26. Por que sempre devemos lembrar o que Cristo fez por nós? Sem isso, as demais coisas ainda têm algum sentido?

Ellen G. White entendeu claramente que, sem nos guiarmos constantemente pela luz dos atos e das revelações passadas de Deus, certamente perderemos a motivação para cumprir nossa missão no futuro: “Nada temos a temer com relação ao futuro, a menos que nos esqueçamos da maneira pela qual o Senhor tem nos conduzido e de Seus ensinos em nosso passado” (Vida e Ensinos [CPB, 2024], p. 143).

Embora seja importante nos lembrarmos do passado e de como o Senhor agiu em nossa vida, por que devemos ter uma experiência diária com Ele e com a realidade de Seu amor e Sua presença?
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QUINTA-FEIRA 16 DE OUTUBRO
RPSP: DT 30

Além do Jordão

“Transformou o mar em terra seca; Eles atravessaram o rio a pé; ali, nos alegramos Nele” (Sl 66:6).

Tanto a travessia do Mar Vermelho quanto a do Jordão marcam uma nova era na história bíblica, e ambas possuem um significado muito importante (ver Sl 66:6; 114:1-7; 2Rs 2:6-15). O próprio AT liga esses dois eventos e destaca que o significado deles vai além de seus cenários originais. No Salmo 66, o salmista celebrou o ato redentor de Deus em sua vida (Sl 66:16-19), referindo-se aos exemplos históricos da travessia do Mar Vermelho e do Jordão.

O Salmo 114 também une esses dois eventos, não porque o autor não tenha visto uma diferença cronológica entre eles, mas por causa do significado teológico que as duas travessias compartilham. Ambos os eventos contribuíram para uma mudança na condição de Israel, o primeiro, da escravidão para a liberdade, e o segundo, da ausência de uma terra fixa para a formação de uma nação estabelecida. Nesses salmos, os exemplos das duas travessias ilustram que o autor estava saindo de um estado de opressão, pobreza, desamparo e humilhação e recebendo segurança, bem-estar, salvação e dignidade.

Ao ser trasladado perto do Jordão, Elias também viveu um milagre semelhante ao registrado em Josué. Para Elias, a travessia trouxe a mudança de condição mais significativa de sua vida: ele foi levado para o Céu. Para Eliseu, a mudança também era importante: o assistente do profeta (1Rs 19:21) se tornaria o profeta da nação (2Rs 2:22).

6. Leia Mateus 3:16, 17 e Marcos 1:9. Como esses escritores do Novo Testamento descrevem o significado simbólico e espiritual do rio Jordão?

O ministério terrestre de Jesus, como o Representante de Israel, segue o padrão da história do antigo Israel. Jesus passou pelas experiências do “Mar Vermelho” e do “Jordão”. Ele foi chamado para fora do Egito após um decreto de morte (Mt 2:14-16), passou 40 dias no deserto (Mt 4:2), semelhantes aos 40 anos do antigo Israel, e, como uma transição de Sua vida privada para Seu ministério público, Ele foi batizado no Jordão (Mt 3:16, 17; Mc 1:9).

Mais tarde, Hebreus 3 e 4 reconhecem o significado simbólico da travessia do Jordão e apresentam a entrada em Canaã como prenúncio do “descanso da graça” em que os cristãos entram pela fé.
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SEXTA-FEIRA 17 DE OUTUBRO
RPSP: DT 31

Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 421-425 (“A travessia do Jordão”).

“Estudem cuidadosamente as experiências de Israel em sua viagem para Canaã. Estudem o terceiro e quarto capítulos de Josué, que registram o pre-paro deles para cruzar o Jordão e sua passagem pelo rio para entrar na terra prometida. Precisamos manter a mente e o coração preparados mediante a renovação da memória com as lições que o Senhor ensinou ao Seu antigo povo. Assim fazendo, os ensinos de Sua Palavra serão para nós sem-pre interessantes e impressivos, como Ele desejava que fossem para eles” (Comentários de Ellen G. White, Comentário Bíblico Adventista, v. 2, p. 1096).

“O Israel moderno está em maior perigo de esquecer-se de Deus e ser levado à idolatria do que o antigo povo de Deus. Muitos ídolos são adorados, mesmo entre os professos observadores do sábado. Deus advertiu Seu antigo povo a guardar-se da idolatria, pois, caso se desviasse do Deus vivo, Sua maldição recairia sobre ele, ao passo que, se O amasse ‘de todo o coração e de todo o entendimento e de toda a força’ (Mc 12:33), Ele abençoaria abundan-temente seu cesto e sua amassadeira e removeria do meio dele toda enfermidade” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja [CPB, 2021], v. 1, p. 530).

Perguntas para consideração

1. Analise a travessia miraculosa do Jordão, o significado do milagre e por que milagres assim parecem não ocorrer hoje.

2. Como evitar o esquecimento espiritual? Por mais importante que seja desenvolver um relacionamento contínuo com Deus, e não basear toda a nossa jornada cristã em poderosas experiências passadas, como usar nossas experiências como lembretes de como Deus trabalhou em nossa vida?

3. O sábado pode nos ajudar a lembrar das intervenções de Deus em nossa vida e nos dar uma amostra do descanso prometido em Seu reino eterno? De que maneiras o sábado aponta não apenas para o que devemos lembrar, mas também para o que podemos esperar do futuro?

Respostas às perguntas da semana: 1. Deus pediu que os israelitas se preparassem porque Ele iria realizar um milagre, e eles precisavam santificar-se. Em Números 14, a tentativa de lutar sem a direção divina resultou em derrota. 2. A travessia milagrosa revela que o Senhor é poderoso, soberano e fiel às Suas promessas. Ele controla a natureza e age em favor do Seu povo. 3. O memorial (12 pedras) servia para lembrar às futuras gerações o poder de Deus, fortalecendo a fé e a identidade de Israel como povo escolhido. 4. Lembrar os feitos do Senhor fortalece a fé, ensina a dependência Dele e preserva Seu legado. 5. Lembrar a morte de Cristo, por meio da Santa Ceia, renova a gratidão e conexão com a salvação. Sem isso, perdemos o sentido do evangelho. O Espírito Santo nos ajuda a recordar Sua obra. 6. O Jordão simboliza transição (da peregrinação para a vida estabelecida; do batismo de João para o ministério de Jesus) e revelação (a voz do Pai confirmando Jesus como Filho amado). Marca o início da nova aliança. Israel foi batizado no Jordão no caminho para a terra prometida; Jesus foi batizado no início do Seu ministério, que nos salva para a nova Terra.
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