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Lição 13 Escolham hoje

20 A 26 DE DEZEMBRO
4º Trimestre 2025
Lição 13 - Escolham hoje | 4º Trimestre 2025
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Verso para Memorizar “Mas, se vocês não quiserem servir o Senhor, escolham hoje a quem vão servir [...]. Eu e a minha casa serviremos o Senhor” (Js 24:15).
SÁBADO SÁBADO À TARDE
RPSP: 1SM 12

Introdução

O capítulo final de Josué se dá no contexto de uma cerimônia de renovação d a aliança, mas dessa vez conduzida pelo líder idoso de Israel. Embora não seja uma aliança propriamente dita, mas um relato de uma cerimônia de renovação d a aliança, o capítulo possui os elementos dos tratados de suserania do Antigo Oriente Próximo: (1) um preâmbulo no qual o suserano, o iniciador do tratado, é identificado; (2) o prólogo histórico, que descreve o relacionamento entre o suserano e o vassalo; (3) as estipulações da aliança pedindo ao vassalo que manifeste total lealdade ao suserano com base na gratidão e motivado por ela; (4) bênçãos pela obediência e maldições pela quebra da aliança; (5) testemunhas do juramento do vassalo; (6) depósito do documento para leitura futura; e (7) ratificação da aliança.

Josué se aproximava do fim de sua vida; não havia nenhum substituto à vista. A renovação da aliança era um lembrete para Israel de que seu rei era o próprio Yahweh e que, se permanecesse fiel a Ele, desfrutaria de Sua pro teção. Israel não precisava de um rei humano. Como uma nação teocrática, precisava ter sempre em mente que seu único rei era o Senhor.
Leituras da Semana
Js 24; Gn 12:7; Dt 17:19; 5:6; 1Rs 11:2, 4, 9; 2Tm 4:7, 8
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DOMINGO 21 DE DEZEMBRO
RPSP: 1SM 13

Vocês estavam lá

“Depois Josué reuniu todas as tribos de Israel em Siquém e chamou os anciãos de Israel, os seus chefes, os seus juízes e os seus oficiais, e eles se apresentaram diante de Deus” (Js 24:1).

Siquém foi o lugar em que Abraão havia construído um altar ao chegar àquela terra e onde Deus lhe dera a promessa da Terra Prometida pela pri-meira vez (Gn 12:6, 7). Agora, quando as promessas feitas a Abraão haviam sido cumpridas, Israel estava renovando a aliança com Deus no mesmo lugar em que a primeira promessa tinha sido feita no início. O apelo de Josué relembra as palavras de Jacó: “Joguem fora os deuses estranhos que há no meio de vocês” (Js 24:23; compare com Gn 35:2-4). A geografia do evento, por si só, transmitia o chamado para demonstrar lealdade total ao Senhor, rejeitando todos os outros “deuses”.

1. Leia Josué 24:2-13. Qual é a ideia principal da mensagem de Deus para Israel?

Deus é o principal agente das ações do passado revisado: “tomei”, “dei”, “enviei”, “atormentei”, “fiz”, “te tirei”, “te livrei”, etc. Israel não era o protagonista da narrativa, mas seu coadjuvante. Foi Deus que havia criado Israel. Se Ele não tivesse intervindo na vida de Abraão, eles estariam ser-vindo aos mesmos ídolos. A existência de Israel como nação não era mérito de nenhum de seus ancestrais, mas obra exclusiva da graça de Deus. O fato de os israelitas serem estabelecidos na Terra Prometida não era motivo para se vangloriarem, mas a própria razão pela qual deveriam servir a Deus.

O discurso do Senhor contém uma mudança que ocorre cinco vezes entre “vocês” e “eles” (os antepassados). Os ancestrais e a geração de Siquém foram tratados como um só. Josué estava procurando mostrar o que Moisés já havia afirmado em Deuteronômio 5:3, que o Senhor não havia feito a aliança apenas com os antepassados, mas com todas as pessoas que esta-vam presentes no momento do discurso de Josué. A grande maioria que estava lá não tinha vivenciado o êxodo. Nem “todos” estiveram no Horebe. No entanto, Josué disse que todos eles estiveram lá. Em resumo, as lições do passado devem ser apropriadas pelas novas gerações. O Deus que atuou em favor dos antepassados, no passado, está pronto para agir em favor da geração atual.

Como igreja, de que maneira podemos ter melhor senso de responsabilidade corporativa, ou seja, compreender a ideia de que o que fazemos afeta todos na igreja?
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SEGUNDA-FEIRA 22 DE DEZEMBRO
RPSP: 1SM 14

Com sinceridade e verdade

2. O que Josué pediu que os israelitas fizessem? (Js 24:14, 15.) O que significa servir ao Senhor com integridade e com fidelidade?

O apelo de Josué expressava claramente o fato de que Israel precisava decidir se, por meio da lealdade ao Criador, manteria sua identidade especial e viveria na Terra Prometida, ou se voltaria a ser mais um entre muitos povos idólatras, sem identidade, propósito ou missão claros. A escolha era deles.

O apelo de Josué era duplo: Israel deveria temer o Senhor e servi-Lo “com integridade e com fidelidade” (Js 24:14). Temer o Senhor não significa viver em constante medo e insegurança emocional. Ao contrário, refere-se à reverência e ao temor que resultam do reconhecimento da insondável grandeza, santidade e infinitude de Deus, por um lado, e de nossa pequenez, pecaminosidade e finitude, por outro. Temer a Deus é ter uma consciência constante da magnitude de Suas exigências, um reconhecimento de que Ele não é apenas nosso Pai celestial, mas também nosso Rei divino. Essa consciência levará a uma vida de obediência ao Senhor (Lv 19:14; 25:17; Dt 17:19; 2Rs 17:34). Embora a palavra “temor” descreva a atitude interior que devia caracterizar um israelita, o resultado prático da reverência a Deus era o serviço.

O serviço que era exigido de Israel é caracterizado por dois termos hebraicos traduzidos com as seguintes expressões: “com integridade” e “com fidelidade”. O primeiro termo (tamim) é usado especialmente como adjetivo para descrever a perfeição do animal sacrificado. O segundo termo que descreve o serviço de Israel é “fidelidade” ou “verdade” (’emet). O termo geralmente significa constância e estabilidade. Geralmente se refere a Deus, cujo caráter é essencialmente caracterizado pela fidelidade, que se manifesta em relação a Israel.

Alguém fiel é confiável e fidedigno. Basicamente, Josué estava pedindo a Israel que manifestasse a mesma lealdade a Deus que Ele havia demonstrado para com Seu povo ao longo da história. Não se trata apenas de conformidade externa com Suas exigências, mas daquilo que vem do coração. Nossa vida deve refletir gratidão a Deus pelo que Ele fez por nós. É assim que nós, hoje, também devemos nos relacionar com Jesus.

O que significa para você servir ao Senhor “com integridade” e “com fidelidade”? Quais são alguns dos fatores de distração que impedem sua total devoção a Deus?
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TERÇA-FEIRA 23 DE DEZEMBRO
RPSP: 1SM 15

Livres para servir

Como um líder verdadeiro e fiel, Josué respeitava o livre-arbítrio de seu povo e desejava que Israel servisse ao Senhor por livre escolha e não por obrigação. Essa era exatamente a ideia apresentada pelo verbo “escolher” (ver Josué 24:22). Em outras passagens, o termo bak?ar (“escolher”) descreve a eleição de Israel por Yahweh (Dt 7:6, 7; 10:15; 14:2). Israel era livre para rejeitar Yahweh após sua eleição divina, mas isso seria absurdo e sem sentido. Israel poderia aceitar a Deus e continuar a viver ou dar as costas a Ele e deixar de existir.

3. Qual foi a resposta de Israel ao apelo de Josué? (Js 24:16-18.) Por que Josué reagiu daquela maneira à resposta deles? Js 24:19-21

Em sua resposta categoricamente positiva, os israelitas descreveram o Deus dos patriarcas e de seus antepassados como “o nosso Deus” (Js 24:17, 18, itálico acrescentado), a quem estavam dispostos a servir com fidelidade total. Depois de uma afirmação tão inquestionável de sua lealdade, esperaríamos palavras de afirmação e encorajamento de Josué. No entanto, esse não é o caso. O diálogo entre Josué e o povo apresenta uma grande revira-volta, na qual Josué parecia desempenhar o papel de “advogado do diabo”. Ele deixou de falar sobre providência de graça que Deus havia revelado no passado e passou a destacar as dificuldades de servir a Deus.

Josué havia conhecido a instabilidade da primeira geração, que também havia prometido obedecer a Deus (Êx 19:8; 24:3; Dt 5:27), mas que tinha se esquecido rapidamente de suas promessas (Êx 32). Assim, Josué, por meio da retórica, desejava conscientizar os israelitas de algumas verdades. Primeiro, a decisão de servir a Deus é séria. Ela terá de moldar toda a nação de acordo com a revelação de Deus. As bênçãos de buscar esse objetivo são evidentes, mas as consequências da desobediência também devem ser bem compreendidas. O perdão dos pecados não é um direito inalienável da humanidade, mas um milagre da graça de Deus.

Em segundo lugar, a decisão dos israelitas de servir a Deus deveria ser uma decisão pessoal, e não algo imposto por um líder, nem mesmo por Josué.

Terceiro, Israel deveria perceber que os seres humanos são incapazes de servir a Deus com suas próprias forças. Servir ao Senhor não se resumia a seguir formalmente as exigências da aliança, mas requeria um relacionamento pessoal com o Senhor e Salvador (ver Êx 20:1, 2; Dt 5:6, 7).
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QUARTA-FEIRA 24 DE DEZEMBRO
RPSP: 1SM 16

Os perigos da idolatria

4. Leia Josué 24:22-24. Por que Josué precisava repetir seu apelo para que os israelitas se livrassem de seus ídolos?

A ameaça da idolatria não é teórica. Anteriormente, nas planícies de Moabe, em um contexto semelhante, Moisés havia pedido a mesma decisão (Dt 30:19, 20). Os deuses agora em questão não eram os do Egito ou da Mesopotâmia, mas aqueles que estavam “no meio deles”. Assim, Josué pediu ao povo que inclinasse o coração ao Senhor. O termo hebraico usado aqui, natah, significa “esticar”, “dobrar”. Ele descreve um Deus que Se inclina e ouve as orações (2Rs 19:16; Sl 31:2, 3; Dn 9:18). Essa também é a atitude exigida de Israel mais tarde pelos profetas (Is 55:3; Jr 7:24). Ela é empregada para indicar a apostasia de Salomão quando seu coração se inclinou para deuses estrangeiros (1Rs 11:2, 4, 9). O coração humano pecaminoso não possui a tendência natural de se inclinar e ouvir a voz de Deus. São necessárias decisões conscientes de nossa parte para incliná-lo a cumprir a vontade de Deus.

A resposta dos israelitas é literalmente a seguinte: “Daremos ouvidos à Sua voz.” Essa expressão destaca o aspecto relacional da obediência. Israel não deveria simplesmente seguir uma rotina de regras sem vida. A aliança trata de um relacionamento vivo com o Senhor, que não pode ser totalmente expresso por meros regulamentos. A religião de Israel nunca teve a intenção de ser legalista; em vez disso, deveria ser uma relação constante de fé e amor com um Salvador santo e misericordioso.

Mesmo após o povo dizer três vezes que serviria ao Senhor – o que, como Josué ordenou, envolvia remover os deuses estrangeiros do meio deles –, não há relatos de que isso realmente tenha acontecido. Ao longo de todo o livro, o cumprimento das ordens de Josué (ou de Moisés) são mencionados como exemplos de obediência. Mas a ausência disso no fim do livro deixa em aberto o apelo de Josué. O apelo central do livro para servir ao Senhor não se destinava apenas à geração de Josué, mas também a cada nova geração do povo de Deus que ler ou ouvir essa mensagem.

Quantas vezes você prometeu ao Senhor que faria algo, mas não o fez? Por que não o fez? O que sua resposta lhe diz sobre a graça de Deus?
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QUINTA-FEIRA 25 DE DEZEMBRO
RPSP: 1SM 17

Terminando bem

5. Leia as últimas palavras do livro de Josué, que foram escritas por um editor inspirado por Deus (Js 24:29-33). De que forma essas palavras não se referem apenas ao passado (a vida de Josué), mas também ao futuro?

O epílogo, que relata a morte de Josué e Eleazar, o sumo sacerdote, encerrou o livro de Josué com um final sóbrio. Ao descrever o enterro de Josué, de Eleazar e dos ossos de José, o autor apresentou um contraste entre a vida fora da Terra Prometida e o início da vida dentro dela. Não havia mais necessidade de ficar vagando. Os restos mortais dos líderes não precisavam mais ser carregados com eles. Os patriarcas sepultaram seus parentes na caverna “de Macpela, em frente de Manre, que é Hebrom” (Gn 23:13, 19; 25:9, 10), enquanto os ossos de José foram sepultados em Siquém, no campo que Jacó havia comprado “dos filhos de Hamor” (Gn 33:19). Agora, a nação enterrava seus líderes no território de sua própria herança, expressando assim um senso de permanência. As promessas feitas aos patriarcas haviam sido cumpridas. A fidelidade de Yahweh é o fio condutor da história que liga a posteridade de Israel ao seu presente e futuro.

Os últimos parágrafos do livro ligam toda a narrativa a uma história maior no passado e também abrem o caminho para o futuro. O ex-arcebispo da Cantuária (Inglaterra), George Carey, em um discurso proferido na Igreja da Santíssima Trindade, em Shrewsbury, declarou que a Igreja Anglicana estava “a uma geração da extinção”.

De fato, a igreja está sempre a uma geração da extinção, e assim foi com o povo de Deus do AT. Um grande capítulo da história de Israel havia chegado ao fim. O futuro do povo dependia do tipo de resposta que ele daria às muitas perguntas que dizem respeito ao futuro: Israel seria fiel ao Senhor? Será que conseguiria continuar a tarefa inacabada de possuir toda a Terra Prometida? Conseguiria se apegar a Yahweh e não se envolver com a adoração de ídolos? Sob o comando de Josué, uma geração permaneceu fiel ao Senhor, mas será que a próxima geração manteria a mesma direção espiritual traçada por seu grande líder? Cada geração sucessiva do povo de Deus, ao ler o livro de Josué, deve responder a essas mesmas perguntas. Seu êxito depende das respostas que derem em sua vida cotidiana e de como se relacionarem com as verdades que receberam.

Josué, assim como Paulo, podia dizer: “Combati o bom combate” (2Tm 4:7). Qual foi a chave para o sucesso de Josué? Que decisões você precisa tomar hoje para terminar com a mesma certeza da salvação?
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SEXTA-FEIRA 26 DE DEZEMBRO
RPSP: 1SM 18

Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 456-459 (“As últimas palavras de Josué”).

“Entre as multidões que saíram do Egito havia muitos que tinham sido adoradores de ídolos; e tal é o poder do hábito que a prática continuou secretamente, até certo ponto, mesmo depois do estabelecimento em Canaã. Josué tinha consciência desse mal entre os israelitas e percebeu claramente os perigos que resultariam disso. Ele desejava sinceramente ver uma reforma completa entre o exército hebreu. [...] Embora uma parte da hoste hebraica fosse adoradora espiritual, muitos eram meros formalistas. [...] Alguns eram idólatras de coração, que se envergonhariam de se reconhecer como tais” (Ellen G. White, Signs of the Times, 19 de maio de 1881).

“Essa solene aliança foi registrada no livro da lei, para ser sagradamente preservada. Josué ergueu então uma grande pedra debaixo de um carvalho que estava junto ao santuário do Senhor. ‘E disse Josué a todo o povo: Eis que esta pedra nos será por testemunha, porque ela ouviu todas as palavras do Senhor, que Ele nos falou; portanto vos será por testemunha, para que não negueis o vosso Deus.’ Aqui Josué afirma claramente que suas instruções e advertências ao povo não eram suas próprias palavras, mas as palavras de Deus. Essa grande pedra permaneceria para testificar às gerações seguintes [...] e seria uma testemunha contra o povo, caso eles voltassem a se degenerar em idolatria” (Ellen G. White, Signs of the Times, 26 de maio de 1881).

Perguntas para consideração

1. Discuta o significado da expressão: “O Senhor [...] é Deus santo, Deus zeloso” (Js 24:19). Em que sentido Ele é um Deus zeloso?

2. Nosso amor por Deus está ligado à liberdade de escolha que Ele concede? Poderíamos amar se não tivéssemos liberdade? O amor pode ser forçado?

3. Como os líderes de hoje podem passar a tocha para a próxima geração?

4. Em toda a vida de Josué os israelitas serviram ao Senhor. Que conclusão você gostaria que as pessoas tirassem sobre a sua vida?

Respostas às perguntas da semana: 1. Em Josué 24:2 a 13, Deus relembra Sua fidelidade desde Abraão até a conquista de Canaã, destacando que tudo foi obra Dele, não de Israel. Suas promessas foram cumpridas na conquista da terra de Canaã. 2. Josué exigiu uma decisão radical: servir só a Yahweh com “integridade” e “fidelidade”. 3. Israel prometeu fidelidade à aliança com Deus, mas Josué desafiou sua sinceridade, pois conhecia seu coração propenso à idolatria. 4. A repetição do apelo revela que confissões verbais não bastam – era necessário abandonar ídolos concretos. 5. O epílogo aponta para o futuro: a menção da terra não totalmente conquistada, a fidelidade temporária e os ossos de José prenunciam tanto a apostasia em Juízes quanto a esperança escatológica.
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