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Lição 12 Deus é fiel

13 A 19 DE DEZEMBRO
4º Trimestre 2025
Lição 12 - Deus é fiel | 4º Trimestre 2025
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Verso para Memorizar “Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o Senhor havia falado à casa de Israel; tudo se cumpriu” (Js 21:45).
SÁBADO SÁBADO À TARDE
RPSP: 1SM 5

Introdução

Quando John F. Kennedy fez seu discurso de posse da presidência dos Estados Unidos, em 20 de janeiro de 1961, seu discurso tinha apenas 1.366 palavras, mas deixou uma marca indelével na mente dos norte-americanos. Ao incentivar seu país a se concentrar em suas responsabilidades e não em seus privilégios, ele disse: “Sendo a boa consciência nossa única recompensa segura, e a história, a juíza final de nossos atos; avancemos para conduzir a terra que amamos, pedindo Sua bênção e Sua ajuda, mas sabendo que aqui na Terra a obra de Deus deve ser, verdadeiramente, obra nossa.”

Quando Josué, o líder idoso dos israelitas, sentiu que estava chegando ao fim de sua vida, ele decidiu se dirigir aos líderes da nação e aos israelitas (Js 23 ; 24). Josué 23 se concentra mais no futuro e em como adorar a Deus: exclusivamente. Josué 24 analisa os atos fiéis de Deus no passado, com o objetivo de levar a uma decisão sobre quem merece ser adorado: Yahweh.

Nesta semana, estudaremos o primeiro discurso de Josué, no qual ele fez uma retrospectiva das vitórias de Israel, mas, ao mesmo tempo, estabeleceu o caminho do sucesso futuro para a nação.
Leituras da Semana
Js 21:43-45; 2Tm 2:11-13; Js 23; Ap 14:10, 19; Dt 6:5
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DOMINGO 14 DE DEZEMBRO
RPSP: 1SM 6

Tudo se cumpriu

1. O que Josué 21:43-45 diz a respeito de Deus? Como essas palavras se aplicam não apenas à Terra Prometida histórica, mas também à realidade de nossa salvação? 2Tm 2:11-13

Esses versos representam o clímax do livro e resumem sua teologia central. Eles destacam um dos principais temas de todo o livro: a fidelidade de Yahweh à aliança. Ele mantém Suas promessas e cumpre Seus juramentos. Essa pequena seção também resume todo o conteúdo do livro até agora. Josué 21:43 fala da alocação e do assentamento da terra (capítulos 13–21), enquanto Josué 21:44 refere-se às vitórias conquistadas sobre os inimigos e ao controle obtido sobre a terra (capítulos 1–12). Toda essa retrospectiva é vista pelo prisma da fidelidade de Deus. Os israelitas deveriam sempre se lembrar de que nunca poderiam reivindicar as vitórias sobre seus inimigos ou a Terra Prometida como sua herança, exceto pela lealdade de Deus à Sua palavra.

Ele deu “toda a terra” (Js 21:43, itálico acrescentado), livrou-os de “todos os seus inimigos” (Js 21:44, itálico acrescentado) e, segundo “todas as boas palavras” que havia dito, “tudo se cumpriu” (Js 21:45, itálico acrescentado). A repetição da palavra kol (que significa “tudo”, “toda”, etc.) seis vezes em três versos (Js 21:43-45) enfatiza mais uma vez a verdade de que a terra era uma dádiva de Yahweh, e Israel não podia levar nenhum crédito por tê-la recebido. Foi o Senhor quem jurou “dar” a terra e quem “entregou” seus inimigos em suas mãos.

Todo o sucesso de Israel deveria ser atribuído exclusivamente à iniciativa divina e à confiabilidade de Deus. Isso é igualmente verdadeiro com relação à nossa salvação: “Pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2:8, 9).

Enfatizando a fidelidade de Deus, Paulo também escreveu: “Fiel é esta palavra: ‘Se já morremos com Ele, também viveremos com Ele; se perseveramos, também com Ele reinaremos; se O negamos, Ele, por sua vez, nos negará; se somos infiéis, Ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar a Si mesmo’” (2Tm 2:11-13).

Como a fidelidade de Deus em cumprir Suas promessas nos dá a confiança de que nenhuma de Suas promessas para o futuro falhará? (Ver 1Co 10:13; 2Co 1:18-20.)
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SEGUNDA-FEIRA 15 DE DEZEMBRO
RPSP: 1SM 7

Sinal de preocupação

A gloriosa conclusão de toda a seção (Js 21:43-45) traz em si a condição cumprida da obediência. O sucesso nunca é automático; ele está sempre ligado à obediência à Palavra de Deus. Assim, a distribuição do território, além de ser o símbolo da fidelidade de Deus a Israel (Ne 9:8), abriu espaço para um desdobramento futuro que dependeria da atitude de Israel: a nação seria capaz de preservar o que havia sido conquistado?

2. Leia Josué 23:1-5. Quais são as principais ideias da introdução de Josué?

O discurso de Josué passou do orador idoso (enfatizado duas vezes) para o público, que agora teria de levar adiante a missão confiada a eles por Deus. O líder de Israel descreveu como a conquista da terra foi possível: o Senhor havia lutado por eles. Ainda que, por causa de sua infidelidade e descrença, os israelitas tivessem que se envolver em guerras após o êxodo, não foi por meio de seu poder militar que eles conseguiram possuir a terra, mas pela intervenção de Deus.

O Senhor deu a Israel descanso de seus inimigos, mas ainda restavam algumas nações que precisavam ser eliminadas. A vitória não era uma realidade consumada e imutável para Israel, mas uma possibilidade sempre presente pela confiança constante e fiel na ajuda disponível de Deus.

3. Quais são as semelhanças entre a forma como os israelitas conquistaram Canaã sob a liderança de Josué e a forma como os cristãos de hoje podem viver uma vida espiritual vitoriosa? Js 23:10; Cl 2:15; 2Co 10:3-5; Ef 6:11-18 

As vitórias dos israelitas não podiam ser atribuídas à sua força e estratégia. Da mesma forma, a vitória espiritual sobre o pecado e a tentação foi garantida por meio do sacrifício e da ressurreição de Jesus Cristo, mas o povo de Deus hoje precisa contar constantemente com os suprimentos espirituais concedidos pelo Espírito Santo para viver uma vida triunfante.

Com tantas promessas maravilhosas diante de nós, por que ainda achamos tão fácil pecar?
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TERÇA-FEIRA 16 DE DEZEMBRO
RPSP: 1SM 8

Limites claros

Usando as mesmas palavras que Deus lhe dirigiu no início do livro (Js 1:7, 8), Josué declarou que a tarefa que Israel tinha pela frente não era primordial-mente de natureza militar, mas espiritual. Tinha a ver com a obediência à vontade revelada de Deus na Torá.

4. Por que você acha que Josué assumiu uma posição tão firme quanto ao relacionamento de Israel com as nações vizinhas? Js 23:6-8, 12, 13

O perigo que Israel enfrentava não era a ameaça da hostilidade das demais nações, mas o risco da amizade delas. Suas armas podiam não representar nenhuma ameaça para Israel; no entanto, sua ideologia e seus valores podiam ser mais prejudiciais do que qualquer força militar. Josué chamou a atenção dos líderes para o fato crucial de que o conflito em que tinham se envolvido era, em primeiro lugar, espiritual. Portanto, Israel pre-cisava manter sua identidade especial.

A proibição de invocar o nome de algum deus pagão, jurar por ele e servi-lo ou curvar-se a ele tinha a ver com idolatria. No Antigo Oriente Próximo, o nome de uma divindade representava sua presença e poder. Invocar ou mencionar os nomes de deuses estrangeiros em saudações ou transações comerciais era reconhecer sua autoridade e ajudava a levar os israelitas a buscar seu poder em momentos de necessidade (Js 2:1-3, 11-13).

O perigo do casamento com os cananeus restantes estava em perder a pureza espiritual de Israel. A intenção da advertência de Josué não era pro-mover uma suposta pureza racial ou étnica, mas evitar a idolatria, que podia levar ao colapso espiritual de Israel. O caso de Salomão é um exemplo bastante claro das tristes consequências espirituais do casamento entre pessoas de religiões diferentes (1Rs 3:1; 11:1-8). No NT, os cristãos são advertidos contra a busca de relacionamentos conjugais com descrentes (2Co 6:14), embora, no caso de casamentos que já tivessem ocorrido, Paulo não aconselhou o crente a se divorciar do cônjuge incrédulo, mas o chamou a ter uma vida cristã exemplar na esperança de ganhar o cônjuge para o Senhor (1Co 7:12-16).

A advertência de Josué contra associações prejudiciais leva inevitavelmente à questão do relacionamento do cristão com a cultura em que vive. Como podemos encontrar um relacionamento equilibrado com a sociedade que nos cerca?
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QUARTA-FEIRA 17 DE DEZEMBRO
RPSP: 1SM 9

A ira do Senhor

5. Como entender o tema da ira e da justiça retributiva de Deus apresentado em Josué e em outras partes das Escrituras? Js 23:15, 16; Nm 11:33; 2Cr 36:16; Ap 14:10, 19; 15:1

Israel já havia experimentado a ira do Senhor durante as peregrinações pelo deserto (Nm 11:33; 12:9), bem como na Terra Prometida (Js 7:1). Portanto, estava plenamente consciente das consequências de provocar a ira de Yahweh ao quebrar abertamente a aliança. Esses versos representam o clímax do discurso incisivo de Josué. É chocante ouvir que o Senhor destruiria Israel, já que o mesmo termo foi usado anteriormente para se referir à aniquilação dos cananeus. Tão certo quanto as promessas do Senhor foram fielmente cumpridas em relação à bênção de Israel, as maldições da aliança também se tornariam verdadeiras se os israelitas rejeitassem essa aliança (Lv 26; Dt 28). À luz da desapropriação e destruição dos cananeus, esses versos demonstram mais uma vez que Yahweh é, em última instância, o Juiz de toda a Terra. Ele declara guerra contra o pecado, independentemente de onde ele se encontre. Israel não foi santificado e não adquiriu méritos especiais por meio da participação na guerra santa, assim como as nações pagãs não o foram quando mais tarde se tornaram o meio de juízo de Yahweh contra a nação escolhida.

Estava dentro do poder de escolha de Israel fazer das gloriosas certezas do passado a base para enfrentar o futuro. À primeira vista, o ensino bíblico sobre a ira de Deus parece ser contrário à afirmação de que Ele é amor (Jo 3:16; 1Jo 4:8). No entanto, é exatamente à luz da ira divina que a doutrina bíblica do amor de Deus se torna ainda mais relevante. Primeiro, a Bíblia apresenta Deus como amoroso, paciente e pronto a perdoar (Êx 34:6; Mq 7:18). No entanto, no contexto de um mundo afetado pelo pecado, a ira do Senhor é a atitude de Sua santidade e justiça quando confrontada com o pecado e o mal. Sua ira nunca é uma atitude simplesmente emocional, vingativa e imprevisível. O NT ensina que Cristo Se tornou pecado por nós (2Co 5:21) e, por meio de Sua morte, fomos reconciliados com Deus (Rm 5:10). Quem crer Nele não terá de enfrentar a ira de Deus (Jo 3:36; Ef 2:3; 1Ts 1:10). O conceito da ira divina apresenta o Senhor como o justo Juiz do Universo e Aquele que promove a justiça (Sl 7:11; 50:6; 2Tm 4:8).
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QUINTA-FEIRA 18 DE DEZEMBRO
RPSP: 1SM 10

Apegue-se a Deus

A única maneira pela qual Israel poderia evitar a tentação da idolatria e a ira de Deus não era se lembrando constantemente das proibições da aliança, mas promovendo uma fidelidade consciente e consistente ao Senhor. O mesmo verbo, “apegar-se, aderir” ao Senhor (ver Dt 4:4), também é usado para descrever a aliança matrimonial (Gn 2:24) ou a lealdade de Rute a Noemi (Rt 1:14). É importante observar que, de acordo com a avaliação de Josué, essa fidelidade havia caracterizado Israel como nação “até o dia de hoje”. Infelizmente, a mesma afirmação não seria verdadeira em períodos posteriores da história de Israel, como o livro de Juízes infelizmente demonstra (Jz 2:2, 7, 11; 3:7, 12; 4:1).

6. Josué apelou a Israel para que amasse o Senhor, seu Deus (Js 23:11; compare com Dt 6:5). O amor não pode ser forçado; caso contrário, ele deixará de ser o que é essencialmente. No entanto, em que sentido o amor pode ser ordenado?

Para que Israel desfrutasse continuamente das bênçãos da aliança, teria que permanecer fiel a Deus. O hebraico é extremamente enfático: “Tenha muito cuidado para o bem de sua própria alma.” A palavra ’ahabah (“amor”) pode se referir a várias afeições humanas, incluindo apego amigável, intimidade sexual, ternura maternal, amor romântico e lealdade a Deus. Se entendermos o amor a Deus como o compromisso e a devoção consciente a Ele, esse amor pode ser ordenado sem que isso seja contrário à sua essência (ver Jo 13:34). Deus sempre pretendeu que a obediência a Seus mandamentos surgisse de um relacionamento pessoal com Ele, que se baseia no que Ele fez por nós em Sua grande misericórdia e amor: “[Eu] os trouxe para perto de Mim” (Êx 19:4; ver Dt 6:5; Mt 22:37).

O mandamento de amar a Deus também revela que esse amor deve ser recíproco, mesmo que os dois lados não estejam no mesmo nível. Deus deseja entrar em um relacionamento profundo e pessoal com cada pessoa que retribui Seu amor. Assim, Seu amor por todos é o fundamento para que expressemos nosso amor voluntário e recíproco.

Jesus deu um “novo mandamento” a Seus discípulos. Em que sentido esse mandamento era novo e, ao mesmo tempo, antigo? (Leia Jo 13:34; 15:17; 1Jo 3:11; compare com Lv 19:18.)
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SEXTA-FEIRA 19 DE DEZEMBRO
RPSP: 1SM 11

Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 456, 457 (“As últimas palavras de Josué”).

“Satanás engana muitos com a plausível teoria de que o amor de Deus para com Seu povo é tão grande que desculpará seu pecado. Alega que, embora as ameaças da Palavra de Deus tenham algum propósito em Seu governo moral, não se cumprirão literalmente. Entretanto, em toda a maneira de tratar Suas criaturas, Deus tem mantido os princípios da justiça, revelando o pecado em seu verdadeiro caráter e demonstrado que seu resultado certo é miséria e morte. Nunca houve nem nunca haverá perdão incondicional do pecado. Tal perdão mostraria o abandono dos princípios de justiça que constituem o próprio fundamento do governo de Deus e encheria de espanto o universo dos seres não caídos. [...] A suposta benevolência que rejeita a justiça não é benevolência, mas fraqueza.

“Deus é o doador da vida. Desde o princípio, todas as Suas leis foram estabelecidas em favor da vida. Contudo, o pecado se intrometeu na ordem que Deus tinha estabelecido, e o resultado foi a discórdia. Enquanto o pecado existir, o sofrimento e a morte serão inevitáveis. O ser humano só pode ter esperança de se livrar dos terríveis resultado da transgressão pelo fato de o Redentor ter suportado em nosso favor a maldição do pecado” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 457).

Perguntas para consideração

1. Que evidências da fidelidade de Deus você percebeu em sua vida? Como você reage quando as coisas não acontecem como esperava, ou quando as promessas de Deus parecem não se cumprir?

2. Discuta o ensino bíblico sobre a ira de Deus. Como você apresentaria a ira do Senhor como parte do evangelho (ou seja, boas-novas)?

3. Que princípios vimos nesta semana quanto à associação com incrédulos? Como equilibrar os limites em termos de princípios e práticas ao nos misturarmos com as pessoas para servi-las?

4. Quais obstáculos impedem você de se apegar ao Senhor?

Respostas às perguntas da semana: 1. Josué 21:43 a 45 revela que Deus é absolutamente fiel no cumprimento de Suas promessas. Assim como deu a terra a Israel, garante nossa salvação em Cristo. 2. Em Josué 23:1 a 5, o líder destaca que a vitória vem de Deus e que Ele continuaria lutando por Israel. Josué sugere a necessidade de obediência contínua e o perigo de ser infiel à aliança. 3. A conquista de Canaã prefigura nossa batalha espiritual que requer fé ativa, armas espirituais e a certeza de que Cristo é vencedor. 4. Josué proibiu alianças com nações pagãs porque a contaminação espiritual destruiria Israel – princípio que aplicamos à separação do pecado. 5. A ira de Deus é a justa resposta ao mal persistente, mas equilibrada com misericórdia, culminando no juízo final. 6. Ordenar amor a Deus significa exigir lealdade prática, não apenas sentimentos – amor que se prova na obediência. O povo podia se esquecer dos motivos para amar a Deus. E amar é uma escolha. Por isso, Josué apelou para que o povo amasse a Deus.
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