11

Lição 11 Vivendo na Terra Prometida

06 A 12 DE DEZEMBRO
4º Trimestre 2025
Lição 11 - Vivendo na Terra Prometida | 4º Trimestre 2025
Material de Apoio ao Professor
Vídeo da Lição
Verso para Memorizar “A resposta calma desvia a fúria, mas a palavra ríspida desperta a ira” (Pv 15:1, NVI).
SÁBADO SÁBADO À TARDE
RPSP: RT 2

Introdução

Viver em uma comunidade pode, às vezes, levar a disputas e tensões. Isso é especialmente verdadeiro na igreja, em que pessoas de diferentes origens e grupos sociais vivem e trabalham juntas para um propósito comum.

Nesta semana, estudaremos Josué 22 e um desafio que surgiu de um grande mal-entendido entre o povo. No início do livro, Josué ordenou que as duas tribos e meia, que receberam herança no lado leste do Jordão, atravessassem o Jordão e participassem da conquista, juntamente com as tribos do lado oeste do Jordão (Js 1:12-18). Agora que a tarefa foi cumprida, eles estavam livres para voltar. No entanto, no oeste do Jordão , na terra de Canaã, eles construíram um altar que gerou preocupação entre as tribos do oeste do Jordão.

Por que é tão perigoso chegar a uma conclusão precipitada sobre o comportamento dos outros? Como podemos promover a unidade na igreja? Por que é importante ter em mente o alcance maior de nosso chamado e não se deixar afetar por intrigas? Essas são algumas das questões sobre as quais iremos refletir nesta semana.
Leituras da Semana
Js 22; Ef 6:7; Jo 7:24; Nm 25; Pv 15:1; 1Pe 3:8, 9
Ouça o áudio desta lição
00:00
00:00
DOMINGO 07 DE DEZEMBRO
RPSP: RT 3

Comprometimento

1. Leia Josué 22:1-8. O que esses versos nos dizem sobre o compromisso dos rubenitas, dos gaditas e da meia tribo de Manassés?

Segundo Josué, as tribos do outro lado do Jordão haviam cumprido plenamente os deveres estabelecidos por Moisés e por ele próprio, o que significava uma dedicação significativa e um sacrifício em nome da causa comum de Israel. Eles haviam lutado ao lado de seus irmãos “todo esse tempo” (Js 22:3, NAA) ou “muito tempo” (NVI), o que, na realidade, significou cerca de seis ou sete anos (ver Js 11:18; 14:10; Dt 2:14). As esposas e os filhos daqueles israelitas haviam sido deixados em casa, no lado leste do Jordão, mas eles decidiram lutar lealmente ao lado de seus irmãos, enfrentando a ameaça de ferimentos e morte na guerra.

Esses versos destacam indiretamente a importância da unidade da nação e da terra. Além disso, preparam o caminho para a história que se segue, que, em última análise, trata da unidade. Será que as tribos israelitas permaneceriam unidas, apesar da forte fronteira natural que o Jordão formava entre elas? Permitiriam que a geografia marcasse sua identidade nacional ou deixariam que a adoração comum ao único Deus os mantivessem como a nação escolhida por Ele, unida e forte sob Sua orientação teocrática?

Josué apresentou a única maneira pela qual essa fidelidade era possível: eles não serviam a seus companheiros israelitas, mas ao próprio Yahweh, que os havia encarregado de sua missão.

Encontramos esse mesmo princípio no NT. O apóstolo Paulo admoestou os cristãos a realizar seu serviço como se estivessem trabalhando para Deus, e não apenas para os seres humanos (ver Ef 6:7; Cl 3:23; 1Ts 2:4). Que chamado poderia ser mais elevado do que trabalhar para o Criador do Universo?

Na vida cotidiana, muitas vezes enfrentamos desafios e dificuldades que podem facilmente nos desanimar e nos fazer querer desistir. Às vezes, é fácil fazer isso. No entanto, podemos buscar o poder do Senhor, que promete estar conosco e nos capacita a fazer o que Ele nos pede. Se mantivermos diante de nós nosso elevado chamado, poderemos ser motivados a seguir em frente, apesar dos inevitáveis desafios e desânimos que fazem parte de nossa condição de pecado.

Josué 22:5 e 6 relata que Josué apelou às tribos que estavam partindo para que permanecessem fiéis ao Senhor e depois as abençoou. Como nossos relacionamentos na igreja seriam transformados se orássemos mais uns pelos outros?
Ouça o áudio desta lição
00:00
00:00
SEGUNDA-FEIRA 08 DE DEZEMBRO
RPSP: RT 4

Acusações

2. Leia em Josué 22:9-20 a história das tribos que retornaram. Quais acusações as tribos do Jordão ocidental fizeram contra as tribos do Jordão oriental? Até que ponto essas acusações eram bem fundamentadas?

Em contraste com o verso 1, em que as tribos do lado leste foram chamadas por sua forma usual (rubenitas, gaditas e assim por diante), aqui é usada uma expressão diferente: os “filhos de Rúben”, os “filhos de Gade” e a “meia tribo de Manassés”. Essa escolha contrasta com os “filhos de Israel” (Js 22:11), representando, assim, um grupo diferente.

Na narrativa, a expressão “toda a congregação” de Israel (Js 22:12, 16-20) se refere apenas às nove tribos e meia a oeste do Jordão, enfatizando a ruptura que havia se formado entre os dois grupos. De fato, a questão fundamental da história que se segue é se as tribos do lado leste do rio podem ser vistas como israelitas.

Esperaríamos um desfecho mais pacífico para a história; no entanto, surge uma tensão quando se relata que as tribos do leste ergueram um altar no Jordão. O texto não explica os motivos desse ato nem descreve a função do altar ou a atividade específica relacionada a ele. A ambiguidade em relação ao significado desse altar aumenta ainda mais se nos voltarmos à primeira travessia do Jordão, nos capítulos 3 e 4, em que todo o Israel entrou na margem do Jordão para atravessar o rio em direção à terra firme de Canaã. Aqui, uma parte de Israel chegou à região do Jordão, mas agora para atravessar o rio na direção oposta.

Em ambos os casos, foi erguida uma estrutura de pedras. A primeira serviu como um memorial, enquanto a segunda era vista como um altar impressionante. A pergunta que inevitavelmente vem à mente é: “O que significam estas pedras?” (compare com Js 4:6, 22). Esse altar foi construído para sacrifícios ou era apenas um memorial? Será que essas outras tribos já estavam começando a cair em apostasia?

A falta de consulta a Josué, Eleazar ou aos líderes das tribos abriu espaço para um mal-entendido que, potencialmente, poderia levar a um conflito terrível.

Não devemos julgar os outros. O que isso significa? (Lc 6:37; Jo 7:24; 1Co 4:5.) Por que é tão fácil chegar a conclusões erradas sobre a motivação das outras pessoas?
Ouça o áudio desta lição
00:00
00:00
TERÇA-FEIRA 09 DE DEZEMBRO
RPSP: 1SM 1

Assombrado pelo passado

3. Leia Josué 22:13-15 novamente, mas agora à luz de Números 25. Por que os israelitas escolheram Fineias como líder da delegação das nove tribos e meia?

Antes de aceitarem como verdade os rumores do que poderia ser considerado uma declaração de independência, as nove tribos e meia, agora chamadas duas vezes de “os filhos de Israel”, enviaram uma delegação para esclarecer a intenção e o significado do altar. A delegação era composta por Fineias, filho do sumo sacerdote Eleazar, que seria o sucessor de Eleazar após sua morte (Js 24:33). Fineias já havia ganhado alguma visibilidade como o sacerdote que havia colocado fim à devassidão de Israel em Baal-Peor (Nm 25).

“Quando Fineias, filho de Eleazar, filho do sacerdote Arão, viu isso, levantou-se do meio da congregação, e, pegando uma lança, seguiu o homem israelita até o interior da tenda, e, com a lança, atravessou os dois, tanto o homem israelita quanto a mulher midianita, pelo ventre; então a praga cessou entre os filhos de Israel” (Nm 25:7, 8).

Fineias certamente teve alguma influência. Os outros emissários eram representantes das nove tribos e meia a oeste do Jordão, cada um sendo o chefe de uma família dentro dos clãs de Israel (“chefe da casa de seus pais”; Js 22:14).

A delegação iniciou a acusação de sacrilégio e rebelião com a fórmula profética oficial “assim diz”. A distinção aqui é que não era o Senhor quem estava falando, mas “toda a congregação do Senhor” (Js 22:16). Eles lançaram a acusação de que as duas tribos e meia haviam cometido transgressão, traição e rebelião. O termo “transgressão” é a mesma palavra hebraica usada para descrever o pecado de Acã (Js 7:1) e ocorre várias vezes nos cinco livros de Moisés (por exemplo, Lv 5:15; 6:2; Nm 5:6, 12). Os exemplos de Acã e Baal-Peor servem como precedentes: um para a traição e o outro para a rebelião. Eles também expressaram o temor das nove tribos e meia de que o ato de construir um altar não autorizado poderia levar a apostasia, idolatria e imoralidade, o que incorreria na ira do Senhor sobre toda a nação de Israel.

Todos nós temos experiências negativas do passado que moldam a maneira como lidaremos com incidentes semelhantes no futuro. Como a graça de Deus pode nos ajudar a garantir que as tragédias de nosso passado não determinem a maneira como tratamos as outras pessoas?
Ouça o áudio desta lição
00:00
00:00
QUARTA-FEIRA 10 DE DEZEMBRO
RPSP: 1SM 2

Uma resposta gentil

4. Leia Josué 22:21-29 à luz de Provérbios 15:1. O que podemos aprender com a resposta das tribos do leste?

A resposta do acusado, tão direta e poderosa quanto a acusação, é o centro do capítulo no que diz respeito ao seu tema e à sua estrutura. Até então, as tribos não responderam às acusações, mas, em vez disso, ouviram calmamente as alegações contra elas. Diante da gravidade das acusações, essa paciência foi exemplar, pois revela o verdadeiro significado do provérbio: “A resposta calma desvia a fúria, mas a palavra ríspida desperta a ira” (Pv 15:1, NVI).

A frase inicial da defesa (Js 22:22) apresenta três nomes do Deus de Israel: El (“o Poderoso”), Elohim (“Deus”), Yahweh (“o Senhor”). Essa frase é repetida duas vezes com uma força crescente, pois se torna um juramento solene para eliminar as dúvidas e as falsas acusações que quase levaram a uma guerra civil em Israel. Eles estavam firmemente convencidos de que Deus conhecia e compreendia plenamente a situação e esperavam que aquela delegação chegasse à mesma conclusão. As duas tribos e meia também reconheceram sua responsabilidade perante o Senhor, chamando-O para executar justiça se fossem, de fato, culpadas (ver Dt 18:19; 1Sm 20:16).

Segue-se uma revelação surpreendente que, por um lado, prova que a base da acusação era inválida (um altar não servia apenas como local de sacrifício) e, por outro lado, revela sua verdadeira motivação. O medo da separação de Israel, e não da apostasia, foi a verdadeira motivação deles. Portanto, a construção do altar não era evidência de apostasia, como se supunha. Na verdade, era o contrário: eles haviam agido por temor ao Senhor, assim como fizeram as tribos do lado ocidental do Jordão. A verdadeira base da unidade de Israel não era a geografia ou a extensão física da herança, mas sua fidelidade espiritual às exigências do Senhor.

A preocupação genuína das tribos do lado oeste do rio também foi revelada em sua alegria autêntica quando a inocência das tribos do lado leste foi verificada. Em vez de se sentirem derrotados pelos argumentos de seus irmãos, eles demonstraram autêntica felicidade pelo fato de suas suspeitas terem se revelado erradas. A guerra civil em Israel foi evitada e a unidade da nação foi preservada.

Como você lida com falsas acusações? Compartilhe alguns dos princípios que orientam sua atitude (leia Sl 37:3-6, 34, 37).
Ouça o áudio desta lição
00:00
00:00
QUINTA-FEIRA 11 DE DEZEMBRO
RPSP: 1SM 3

Resolução de conflitos

5. Leia Josué 22:30-34. Como todo esse incidente nos ajuda a resolver conflitos e promover a unidade da igreja? (Ver também Sl 133; Jo 17:20-23; 1Pe 3:8, 9.)

A história de Josué 22 contém seis princípios de comunicação que podem ser aplicados aos relacionamentos humanos cotidianos na família, na igreja e na comunidade.

1. Quando as coisas dão errado, ou parecem dar errado, a melhor coisa a fazer é buscar o diálogo em vez de reprimir pensamentos até que as emoções explodam. É bom que o povo de Deus não fique indiferente quando surgem os problemas. É claro que, se as tribos da Transjordânia tivessem comunicado sua intenção de construir um altar, todo o problema poderia ter sido evitado.

2. Mesmo que alguém esteja convencido de sua própria avaliação, não deve tirar conclusões precipitadas. As tribos do lado ocidental do Jordão acreditaram rapidamente no boato que havia chegado aos seus ouvidos e chegaram à falsa conclusão de que as tribos do leste do Jordão já haviam apostatado.

3. Converse sobre os problemas reais ou aparentes antes de agir de acordo com suas conclusões.

4. Esteja disposto a fazer um sacrifício para alcançar a unidade. As tribos do lado ocidental do Jordão estavam dispostas a abrir mão de parte de seu lote para acomodar as outras tribos, se o fato de estarem do outro lado do Jordão fosse a causa de sua suposta apostasia.

5. Quando for acusado, com ou sem razão, dê uma resposta gentil que afaste a ira. Responder a uma acusação com outra acusação nunca levará à paz. Procure entender os outros antes de buscar ser entendido.

6. Alegre-se e louve a Deus quando a paz for restabelecida. É maravilhoso ver que a assembleia de Israel sentiu uma alegria genuína quando soube da verdadeira motivação das duas tribos e meia. Eles não estavam tão orgulhosos de seu julgamento que não pudessem admitir que estavam errados ao fazê-lo.

Se as tribos do lado oriental do Jordão tivessem apostatado, o povo de Israel teria aplicado as exigências da aliança. A unidade nunca pode ser um argumento para ignorar a verdade ou abandonar os princípios bíblicos. Entretanto, a disciplina da igreja deve ser sempre o último (e não o primeiro) recurso, depois que as tentativas de reconciliação e assistência pastoral com base na Palavra de Deus falharem. Como nossas igrejas seriam diferentes se esses princípios simples fossem aplicados de forma consistente!
Ouça o áudio desta lição
00:00
00:00
SEXTA-FEIRA 12 DE DEZEMBRO
RPSP: 1SM 4

Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 451-455 (“A divisão de Canaã”).

“Ao mesmo tempo que é importante tratar o pecado com firmeza, é igualmente importante evitar o julgamento ríspido e a suspeita infundada. [...]

“A sabedoria mostrada pelos rubenitas e seus companheiros é digna de imitação. Ao mesmo tempo que procuravam honestamente promover a causa da verdadeira religião, eram julgados falsamente e censurados com severidade. Apesar disso, não mostraram ressentimento. Escutaram com cortesia e paciência as acusações de seus irmãos, antes de tentar fazer sua defesa, e, só depois, explicaram claramente seus intuitos e mostraram sua inocência. Assim, o problema que ameaçava trazer consequências tão sérias foi resolvido amigavelmente.

“Mesmo sob falsa acusação, aqueles que têm a razão podem estar calmos e ponderados. Deus está a par de tudo que é mal compreendido e mal interpretado pelos seres humanos, e podemos com segurança deixar nosso caso em Suas mãos. [...] Aqueles que são impelidos pelo Espírito de Cristo terão a caridade que é paciente e benevolente.

“A vontade de Deus é que a união e o amor fraternal existam em Seu povo. A oração de Cristo, antes de Sua crucifixão, foi para que Seus discípulos fossem um, como Ele é um com o Pai, a fim de que o mundo pudesse crer que Deus O enviou. [...] Embora não devamos sacrificar um único princípio da verdade, nosso constante objetivo deve ser atingir esse estado de unidade” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 454, 455).

Perguntas para consideração

1. Leia Filipenses 2:3. Como esse texto nos ajuda a não pensar mal sobre nossos irmãos e irmãs?

2. Por que reagimos de forma exagerada a uma situação por causa de nossos erros passados? Como evitar essa tendência?

3. Discuta a importância de ouvir os outros. Como desenvolver uma cultura de ouvir? (Ver Tg 1:19.)4. Vivemos em uma sociedade com altas exigências em todas as áreas da vida. Como o princípio de fazer tudo como se fosse para o Senhor pode nos tornar mais responsáveis e trazer paz de espírito?

Respostas às perguntas da semana: 1. Josué 22:1 a 8 mostra que as tribos do Jordão Oriental cumpriram fielmente seu compromisso de lutar com as outras tribos. 2. As acusações de rebeldia foram precipitadas, pois o altar era um memorial de unidade. 3. Fineias foi escolhido por seu zelo contra a apostasia. 4. A resposta das tribos do Leste foi humilde e sábia, evitando conflito. 5. O incidente ensina que diálogo e verificação resolvem mal- entendidos. Princípios-chave: evitar julgamentos precipitados; priorizar a unidade sem comprometer a verdade; agir com zelo equilibrado.
Ouça o áudio desta lição
00:00
00:00